Novos tempos

Faz mais de 2 anos que não escrevo aqui e tantas coisas aconteceram nesse intervalo de tempo que será preciso resumir um pouco para poder atualizar e esclarecer o propósito deste querido espaço nos tempos de agora.

Quero escrever mais, e estar mais presente em reflexões e partilhas de receitas mas acho que antes de mais nada devo começar por me situar.

Estamos em 2021, tempos pandémicos, primavera em Portugal, outono no Brasil, de onde escrevo hoje. E esta é uma atualização importante, cruzado o oceano mais de uma vez, agora de volta ao Brasil, depois de quatro anos morando em Portugal, posso dizer que meu português nunca mais será o mesmo e meu coração já tem um pedaço lusitano que sente ainda mais saudades!

Foram muitas as experiências por lá vividas e uma delas em especial acho importante destacar aqui para assim fazer a ponte: a tábua de queijos do “Ao 26 Vegan Food project”.

Esta tábua constitui um capítulo importante da história. Foi lá em 2016 que eu elaborei e confeccionei os queijos para a tábua de queijos deste restaurante que, na época, era o único restaurante vegano “a la carte” de Lisboa. Na semana de sua inauguração eu fui ao restaurante, apresentei meus queijos à Catarina, dona do restaurante e seu staff, eles experimentaram, gostaram e assim meus queijos passaram a fazer parte do menu. Toda semana eu os produzia, eram cinco tipos de queijos, todos de bases proteicas, compondo uma linda tábua com suas cores e sabores. Para montar o conjunto eu escolhi o tremoço, tão típico de Portugal, como uma das bases, o tofu, tão comum também por lá, para outra base, a terceira base reunia a castanha de caju e também uma mistura de sementes oleaginosas.

Assim a tábua tinha os queijos de tomate seco, de tremoço com especiarias, de ervas frescas, de sementes oleaginosas e um requeijão de caju. Eram queijos feitos a partir de técnicas culinárias que eu já havia testado e aprovado com as atividades que este projeto, o Lola Veg, empreendeu anos antes seja nas feiras, nas festas ou nas aulas e cursos que ministrei.

Então por um tempo a tábua do “Ao 26” foi novidade, depois já se encontravam tábuas de queijos veganos em outros restaurantes também. Portugal por essa época já tinha algumas opções de queijos veganos industrializados e artesanais também, e até a minha volta ao Brasil em final de 2019 as opções de queijos veganos só foram aumentando conforme esse mercado foi crescendo. Mas o fato é que essa minha primeira e singela tábua de queijos veganos para o “Ao 26 Vegan Food Project” fez a alegria de muita gente, e a minha em especial, pois ter uma tábua de queijos toda vegana era um sonho meu, sonho que se concretizou mas que não acabou, que vem se realizando, se ampliando e se aperfeiçoando com o passar dos tempos.

E aí chegamos aqui e agora. Se em Lisboa me foquei na produção de queijos para o menu deste restaurante e por um lado toda semana produzia os mesmos queijos, por outro lado nunca parei de estudar e pesquisar, e sempre tinha um novo queijo sendo testado na minha geladeira… E de lá para cá ampliei bastante meu conhecimento e minha prática nesse assunto, seja criando e adaptando receitas, experimentando, ou fazendo aulas e cursos e assim fui me aperfeiçoando mais e mais nesse universo tão fascinante que é o universo dos queijos vegetais, queijos que podem ser feitos a partir de diferentes matérias primas, com diferentes técnicas e procedimentos culinários. Hoje sigo fazendo queijos veganos e agora eles são queijos fermentados e curados de acordo com as técnicas tradicionais da queijaria.

É incrível como a roda da vida gira nos trazendo ao encontro do ponto de partida, elevado em potência criativa. E reconheço como meu desejo irreprimível por queijos, contraposto ao meu amor pelos animais e ao valor da não violência, me fizeram buscar alternativas veganas para esses queijos convencionais, desde as pastinhas temperadas, que se repetiam e variavam à exaustão, até o primeiro queijo de pizza, o famoso Tofupiry, uma das primeiras receitas que compartilhei neste blog, depois o primeiro e impressionante queijo branco de corte feito de tofu, depois o de tomate seco, depois o de semente de girassol, de amêndoas, de caju, macadâmia, de mandioca, de amendoim, de tremoço… e todas as outras muitas receitas e testes e possibilidade que foram sedimentando essa possibilidade como muito real! Hoje fazer queijo vegano para mim é simples, ja fiz muitos, de muitas formas… mas ser simples não diminui seu valor, pelo contrário, sigo encantada com seus sabores, com seu potencial, com sua maravilhosa forma de nos permitir consumir queijos sem causar danos nem dores aos animais, nem ao planeta e nem a nós mesmos, já que hoje já se sabe dos malefícios dos laticínios convencionais feitos de leite animal. E os queijos vegetais permitem esse agregar de valores, da memória afetiva, do paladar, da cultura, do social, do prazer, porque sabor é muito importante, nutrição também é, mas o respeito à vida e a compaixão são mais!

Assim, dessa minha trajetória pelo universo dos queijos vegetais surgiu um novo projeto, ele foi sendo gestado e depois amadurecido por muito tempo até que há poucos meses tomou forma e ganhou um nome: “Q Veg”, uma pequena queijaria artesanal onde eu reuni o melhor do que já estudei e testei até agora para preparar queijos muito especiais para compartilhar com o mundo esse meu amor pelos queijos e também pelo animais!

Então retomando esse blog, é provável que ainda fale mais um pouco aqui sobre essa minha jornada e paixão por queijos veganos, e já que o Lola Veg deu origem ao Q Veg, e o Q Veg ainda não tem seu site próprio, vamos compartilhar as experiências e o espaço por um tempo.

Quero trazer mais fotos dos queijos que fiz em Lisboa e dos queijos que faço agora para que vocês possam ver que lindos e variados eles são! Por hora me despeço com essa foto recente, de um lote de queijos de castanha de caju em processo de maturação, e eu muito encantada com eles!

Quem quiser saber mais a respeito ou encomendar os queijos, veja o instagram do Q Veg https://www.instagram.com/qveg.br/ e entre em contato comigo.

Até Breve!

Veganismo: amigos, afeto e acolhimento

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Quando mudamos nosso padrão de alimentação, em geral, o fazemos por motivos pessoais (e intransferíveis!),  e isso significa que algo muito forte em nossas vidas sinaliza um novo rumo a seguir. Nem sempre é fácil, muitas vezes esse novo caminho é desconhecido e é um desafio que nos faz buscar informações e apoio.

Algumas vezes são questões de saúde que nos impulsionam a assumir que mudanças na dieta vão contribuir para a cura e a melhoria da  nossa qualidade de vida, outras vezes a mudança vem de informações esclarecedoras sobre a procedência dos alimentos, os impactos que certas comidas causam no meio ambiente, ou questões relacionadas a práticas esportivas ou espirituais, ou ainda por reflexões sobre ética, valores como a empatia, a compaixão e os direitos animais… Assim, por meio de vários caminhos, muitas pessoas hoje estão chegando ao Veganismo!

Tornar-se vegano em um mundo ainda altamente especista é uma atitude bastante desafiadora e revolucionária. É algo que vai testar nossos limites, nossa força de vontade e nossa convicção! Muitas vezes nos veremos confrontados com poucas opções nos cardápios dos restaurantes comuns, brincadeiras e piadas dos amigos e familiares e mesmo desconsideração pela nossa escolha… Principalmente no início do processo, pode ser um tanto doloroso. Percebemos que o mais difícil muitas vezes não é mudar nossos hábitos, mas continuar a conviver com nossos amigos e familiares e não sofrer com o fato de eles continuarem a se alimentar daquilo que para nós agora é sinônimo de morte e exploração… Aí reside a difícil arte de se relacionar, de não se omitir diante do contexto  mas também de não ferir tentando “esclarecer” os fatos para as pessoas e acabar como alguém que está tentando convencê-las! Esse é um momento muito delicado, pois em geral estamos ainda muito impactados com as verdades que descobrimos e queremos falar sobre isso, buscamos diálogo e cumplicidade, e muitas vezes encontramos negação, já que as pessoas tendem a evitar saber a verdade por trás dos processos de produção de algumas comidas… E aí está o ponto-chave: saber respeitar e entender o não querer saber de alguns, calar para evitar conflitos desnecessários, para não se desgastar, compreendendo que há diferenças, que cada um tem seu tempo e alguns vão querer sim ficar na sua zona de conforto, ainda que isso nos decepcione. Aguardar que haja uma oportunidade real de diálogo, que haja interesse da outra parte para que possamos desenvolver o assunto. Paciência, resiliência.

E para que o caminho não seja só espinhos e solidão é muito importante buscar pares, encontrar novos amigos e poder dialogar com outras pessoas que também compartilhem do veganismo como uma escolha na vida, assim dividimos angústias e esperanças, nos apoiamos e colaboramos para que a jornada seja mais feliz. A experiência compartilhada amplia nossa visão do mundo, aprofunda nosso conhecimento,  facilita o enfrentamento dos desafios, nos fortalece e nos aproxima.

Cada caso é um caso, mas em geral, com o passar do tempo, tudo melhora! Aprimoramos nossos valores, ampliamos nossa rede de afetos e nossa família e amigos acabam por respeitar nosso veganismo e às vezes até se interessar mais por ele!

Da minha parte, nesses mais de dez anos de veganismo, pude ver isso acontecer na minha vida! Continuo estudando, pesquisando, continuo me aperfeiçoando na cozinha mas também no entendimento de como podemos ser mais potentes e nos apoiar mutuamente para co-criar um mundo mais justo para todos os seres vivos, com mais consciência e responsabilidade. Por isso, singelamente, estou aqui e abro novamente esse espaço para isso, para dialogar, para fomentar idéias, para buscar soluções, para compartilhar minha experiência, seja como ativista, como cozinheira e culinarista, ou apenas como uma cidadã vegana num mundo ainda bastante especista!

E assim retomo as postagens neste blog, nascido dessa mesma vontade, anos atrás, mas agora ressignificado, com uma força renovada, munida de mais informação, de mais vivência e muita vontade de expandir a troca de idéias, de debater questões, de divulgar ações positivas e de impulsionar o veganismo por sua verdade e beleza, por sua contribuição para esse planeta que co-habitamos com os animais não- humanos e com toda a natureza. Sim, nós humanos podemos fazer escolhas, com informações reais, com boa vontade, com ação consciente nós podemos fazer a diferença para melhor! De gota em gota, cada um em seu ambiente, repercutimos no Todo. Aqui e agora eu me disponho a acolher quem estiver precisando de apoio, de diálogo, de informação e também de dicas sobre alimentação e receitas para seguir o caminho do veganismo com mais propriedade, mais alegria e companhia!

Sejam bem vindas/os!!!!

Feliz 2019 com energia e gratidão!!!

 

 

 

 

 

Sabores e Saberes

Alimentação é antes de tudo nutrição, é cultura e é escolha.

É sabor, é saber, é sentir e também querer, ou não,

ampliar a experiência.

É algo que cria, mantém ou mata a vida:

a que habita em nós, nos animais e no planeta.

 

Alimentação é básico, é instinto. E é também inteligência.

É material, é emocional, é mental e espiritual.

 

Alimentar-se é ação,  informação e é política.

Depende de cada um, mas interfere no todo.

É escolha, sabedoria, soberania. É seu reino de liberdade.

 

 

 

Bolo de banana (sem trigo)

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Bolo é sempre bem vindo!!! Seja no café da manhã ou da tarde, num pic nic ou para um lanche fora de hora…  E bolo de banana é aquela simplicidade, aroma e doçura… Um sabor tão conhecido que parece que vem das memórias da infância e traz junto esse afeto da comida feita em casa, porque banana é fruta simples, que farta, que alimenta e nunca se perde, podendo sempre virar doce ou bolo… E nessa receita podemos usar bananas no ponto ou bem maduras, e se forem orgânicas, pode-se usar também as cascas e aproveitar a fruta inteira, com todas as fibras e vitaminas!!!

Esse bolo de banana não leva farinha de trigo, nem leite , nem ovos! É fácil de preparar, é fofinho e muito apetitoso. Ele puro já é bem gostoso, mas dá para criar variações da receita, pode-se acrescentar uvas passas, nozes picadas ou chocolate em pedaços à massa antes de assar que vai dar aquela incrementada, e o “simples” bolo de banana ganha outros ares e sabores!!!

Bolo de Banana (sem trigo)

Ingredientes

1 xic. de açúcar mascavo

6 col. de chá de linhaça moída (e hidratada por 15 minutos em 3/4 xic de água)

1 pitada de sal

4 bananas (3 para a massa do bolo e 1 para decorar; para a massa pode -se usar as bananas com a  casca)

1 col. de chá de canela em pó

1/2 xic. de óleo de girassol

1 xic de farinha de aveia

1 xic. de farinha de arroz

1 col. de chá de bicarbonato de sódio

 

Modo de preparo

Pré aqueça o forno e unte uma forma.

Bata no liquidificador os seis primeiros ingredientes (açúcar mascavo, linhaça já hidratada, sal, bananas, canela, óleo)  até formar um creme liso. Em uma bacia, junte a esse creme os demais ingredientes mexendo para misturar bem. É bom peneirar as farinhas para melhor incorporá-las à mistura.  Se quiser, acrescente uvas passas, ou nozes, ou chocolate em pedaços por último, quando a massa já estiver homogênea. Coloque a massa na forma untada, e delicadamente coloque rodelas finas de banana por cima da massa, polvilhe um pouco de canela e leve ao forno pré-aquecido para assar em forno médio por aproximadamente 30 minutos.

Depois de assado é só esperar esfriar e bom apetite!!! 😉

 

Queijos Veganos Artesanais

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Todos nós, ou quase todos, gostamos muito de queijos!!! E isso tem muitas explicações, para além do sabor e do hábito. Algumas pesquisas indicam que há substâncias viciantes, semelhantes à “opiáceos”,  na composição dos queijos de leite animal e esse é mais um detalhe que faz com que seu consumo seja frequente e que muitas pessoas considerem “impossível” viver sem queijos! Eu mesma me considerava uma “viciada” em queijos, de todos os tipos e em todas as ocasiões! Hoje continuo gostando muito de queijo, dos surpreendentes e saborosos queijos veganos, e já não sinto falta e nem consumo mais os queijos convencionais, que são produzidos à base de leite animal e de muito sofrimento!!!

Sim, porque os queijos feitos a partir de leite animal são fruto de muita violência, da dominação e exploração das fêmeas e da maternidade, num sistema cruel que engravida a vaca à força, e logo que o bebê nasce, é retirado de perto de sua mãe para que o leite seja todo destinado a humanos… A indústria de laticínios está de mãos dadas com a indústria da carne e promove a sistemática exploração da maternidade, o assassinato de filhotes (carne de vitela!) e o abuso do corpo das fêmeas!!!

Por isso o passo do ovo-lacto vegetarianismo rumo ao veganismo é também o grande passo rumo à libertação final de toda a injustiça especista e de gênero, pois só no veganismo as fêmeas, como as vacas, cabras, ovelhas e as galinhas, poderão ser livres da escravidão! Sim o veganismo é feminista!!! E esse para mim foi o detalhe mais importante, que fez com que eu deixasse para traz meu apego aos queijos e ovos, pois por mais “saboroso” que fosse, eu não queria mais compactuar com essa injustiça, com essa exploração sexista, que até no reino animal subjuga ainda mais as fêmeas!

Sobre esse assunto há inúmeros textos muito interessantes e esclarecedores; para quem quiser aprofundar, deixo aqui duas indicações de livros: ” Galactolatria: mau deleite”  de Sonia T. Felipe (www.galactolatria.org ) e “Política Sexual da Carne” de Carol J. Adams.

Como há um tempo venho pesquisando e testando muitas receitas de queijos sem nenhum ingrediente de origem animal, totalmente veganos, feitos a partir de várias técnicas e bases vegetais, posso afirmar que há um universo incrível de possibilidades a ser explorado! São muitas as experiências, que resultam em diferentes tipos de queijos, muito saborosos, criativos e muito mais éticos!  Já existem algumas marcas de queijos veganos no mercado, o que faz imensa diferença no mundo por oferecer aos consumidores opções mais éticas, porém muitas vezes esses produtos ainda não estão disponíveis em todos os lugares e, às vezes, seus preços não são tão convidativos… Claro que esse panorama está em constante mudança, e para melhor, pois com o crescimento do veganismo no mundo a cada dia veremos mais e mais produtos veganos por ai! Mas a possibilidade de produção  artesanal é sempre muito bem vinda, pois além da autonomia, é mais econômica e criativa, pois traz a possibilidade de você fazer seu queijo com a personalidade que desejar, variar um pouco nos temperos, criar outros sabores…

A receita que escolhi partilhar aqui, “Queijo de tomate seco e tofu”, é um queijo fácil de fazer, fruto de uma recriação que fiz da receita original “Queijo branco vegetal”, da página do “vista-se” (www.vista-se.com.br), e resultou em um queijo muito saboroso que agradou todo mundo,  veganos  e onívoros, incluindo até um amigo francês, o que, convenhamos, deu um charme a mais para a aprovação geral!!!

Queijo de Tomate seco e Tofu

Ingredientes:

500g de tofu fresco;

200g de tomate seco (em conserva de óleo/azeite);

2 ½ limões (suco);

1 ou 2 dentes de alho;

um bom punhado de folhas de manjericão fresco;

2 ½  copos de água mineral;

½ copo de azeite extra-virgem;

3 col. chá de sal;

1 pitada de pimenta (opcional);

1 col. sopa de polvilho azedo;

1 col. sopa de polvilho doce;

4 col. sopa de ágar-ágar refinado.

 

Modo de preparo:

Primeiramente, esfarele o tofu ou esmague com o garfo para ficar em flocos. Reserve. Coloque no copo do liquidificador o tomate seco (escorrido), um copo de água morna, o sal, o azeite, a pimenta (se desejar), o suco de limão, os polvilhos, o alho e o manjericão. Bata bem pois deve ficar um creme bem homogêneo. Acrescente o tofu e mais meio copo de água. Bata novamente e ajude com uma espátula para que toda a mistura fique bem homogênea; se precisar, coloque um pouco mais de água, tendo em vista que deve ficar com uma consistência cremosa e homogênea.

Em uma panela, misture o agar-agar com um copo de água fria. Dissolva e leve ao fogo, mexendo sempre até ferver e então deixe cozinhar por 30 segundos a um minuto, aproximadamente. Acrescente essa gelatina ainda quente à mistura do liquidificador e bata bem para incorporar. Neste momento, deve-se ter cuidado pois o agar-agar endurece muito rapidamente por isso sugiro que ligue o liquidificador e vá incorporando a gelatina ainda quente ao creme com o liquidificador já ligado, pois é preciso evitar que o agar-agar solidifique antes de misturar. Se precisar, use uma espátula para ajudar.

Distribua essa mistura em formas untadas com azeite, espere esfriar um pouco e coloque na geladeira para endurecer. Depois de pelo menos 4h, o queijo já deve estar pronto (dependendo do tamanho da forma). Este queijo pode ser desenformado para servir e fica num ponto de cortar com faca, embora mantenha alguma cremosidade.

Obs. 1: a receita vai render uns 3 queijos (de aproximadamente 500g), e a validade deles é de pelo menos 15-20 dias refrigerados.

Obs. 2: na imagem da foto que inicia este post, temos três diferentes queijos artesanais feitos por mim: o maior e avermelhado é o queijo de tomate seco desta receita. Os outros dois são o requeijão tofupiry (cuja receita já está aqui no blog) e o queijo de castanha de caju, que será o tema de um próximo post.

Espero que gostem!!! 😉

 

 

 

 

 

 

Marcha Animal em Lisboa

Amanhã, sábado, dia 09 de abril de 2016, é dia de ativismo aqui em Portugal!!!

Muito feliz em participar deste evento!!! Somar minha presença e minha voz em prol de todos os animais, em prol de um mundo mais livre e fraterno!!!

Considero muito importante nos manifestarmos publicamente pelos nosso ideais, pelos direitos dos animais, por uma cultura de paz, que valorize a vida e o respeito, por uma sociedade mais justa e compassiva! Veganismo por um mundo melhor para todos!!!

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Para compartilhar saberes e sabores

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Um novo projeto do Lola Veg vem dar forma a uma prática antiga: fazer os alimentos e compartilhar a experiência, as receitas, os saberes e sabores que me inspiram e motivam a pesquisar, testar, criar e adaptar receitas para uma culinária 100% vegetariana, sem nenhum ingrediente de origem animal!

A culinária vegana é variada, nutritiva e tem muitas alternativas para os latícinios animalizados. A diversidade é grande e os sabores surpreendentes! Receitas simples e práticas para dar autonomia e instigar a criatividade no preparo de leites e queijos  artesanais!!!

Em breve, mais informações!!!

Pão de “Beijo”

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Pão de “Beijo” é o carinhoso nome para uma versão vegana do tradicional pão de queijo mineiro.

Muito saboroso, mais saudável e ético que o tradicional, por não levar nenhum ingrediente derivado de animal, este pãozinho tem o característico puxa-puxa do original!  Ao fazê-lo sem leite ou queijo animal, nem ovos, este pão de “beijo” revela que o seu gostinho azedinho característico vem do polvilho e não do queijo! Muito mais amor e vida, sem lactose, sem colesterol, sem glúten e sem sofrimento animal!

Para fazer a alegria das crianças e adultos, uma receita simples e prática,  um alimento tão característico brasileiro em uma versão vegana, que alimenta o corpo e a alma, nos proporcionando o contato com sabores e lembranças que nutrem também nossas memórias afetivas. Porque não consumir produtos de origem animal significa escolher menos sofrimento e mais criatividade para preencher o mundo com mais vida e amor. Escolher com mais consciência, com mais respeito, com mais informação… escolher o que é bom, bom para todos!

RECEITA  do Pão de “Beijo”

ingredientes:

200 g de polvilho doce;

300g de polvilho azedo;

500g de mandioquinha cozida e amassada ( tipo purê);

150 ml de água quente;

150 ml de azeite extra-virgem;

3 col. de chá de sal marinho.

Modo de fazer:

Em um bacia grande,  misture primeiro os polvilhos e o sal. Acrescente o azeite e misture até formar uma farofa homogênea. Adicione a mandioquinha e a água aos poucos, amassando com as mãos até incorporar tudo em uma massa homogênea. Molde as bolinhas, distribua numa forma com um espaçamento de 3 cm entre elas. Asse em forno pré-aquecido até crescerem e dourarem. O tempo varia de forno para forno, sugiro uns 10 min para pré- aquecer e uns 40 min para assar. Forno em temperatura média ( 180°C a 200°C) .

Obs 1: esta receita de massa é basica, a ela podemos somar sabores, como orégano e outras ervas secas, temperos a gosto, como tomilho, salsa e açafrão ou também azeitonas picadinhas. Como variação da receita pode-se usar mandioqunha apenas ou outro purê, combinando por exemplo batata e cenoura. Fica uma delícia!

Obs 2: Para armazenar, pode-se congelar as bolinhas e assá-las direto sem descongelar, apenas vai demorar um pouco mais no forno. Pode-se também guardar a massa pronta na geladeira (ela pode ficar até uma semana na geladeira), apenas amasse um pouco  a massa antes de moldar e assar.

Vida Doce Vida

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Vida doce vida!

Trufas vivas crocantes de coco e cacau!!!

Celebrar a vida com alimentos vivos! Docinhos festivos feitos com frutas secas e castanhas germinadas. Sem açúcar, sem lactose, sem colesterol, sem soja e com muito afeto e apreço à vida!!! Doces veganos e crudívoros são uma excelente alternativa aos nada inocentes docinhos tradicionais de festas! Os  nocivos docinhos de festa cheios de açúcar, colesterol, lactose (e crueldade!) fazem mal ao corpo, à saúde de quem os consome,  e também são frutos de um sistema terrível exploração animal. Mas é possível fazer docinhos de diversos sabores com tudo de bom, nutrindo a nossa vida em saúde e alegria e a vida do planeta em um consumo mais ético e consciente!

Esses docinhos eu fiz como uma variação de uma receita básica e versátil de docinhos vivos, feitos de sementes e castanhas germinadas e frutas secas.

São o puro doce da natureza! Só sabor, nutrição, cuidado e amor!!

Para fazer é preciso preparar os ingredientes, hidratando e germinando, isso vai despertar as sementes, eliminar os anti-nutrientes, amaciar as frutas que estiverem demasiadamente secas. Depois é só processar com os outros ingredientes até dar o ponto desejado. Para finalizar, enrolar as bolinhas e passar no coco, ou no cacau. Pronto, uma delícia!!!

aqui vai em detalhes como preparei:

Receita

Trufas vivas crocantes de coco e cacau

Ingredientes:

120g de amêndoas ( colocar para germinar)

120g de ameixa seca ( se estiver muito seca, hidratrar)

120g de tamara seca (se estiver muito seca, hidratrar)

100g de polpa de coco maduro ( seco)

100g de castanha do pará

150g de uva passa

4 col. sopa de cacau em pó

2 col. sopa de oleo extra-virgem de coco

modo de fazer:

Processar tudo no processador de alimentos com a lâmina S. Vá acrescentando os ingredientes aos poucos e ajudando com uma espátula ate chegar a uma consistência firme, cremosa mas ainda com pedacinhos maiores para ficar crocante.  Deixe descansar na geladeira se possível,  e ai é só enrolar e passar no coco ralado ou no cacau em pó.